quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

22:23

Só por hoje ou por uns três dias, terei o heterônimo de angústia. Me sinto em estado de extrema e total angústia, onde a raiva e o choro contido me transformaram -sem exagero- numa pessoa triste. Em quatro paredes o sono não vinha, foi uma das noites mais agitadas, na noite só ouvia o pulsar intenso que quebrava o silêncio da noite fria do lado de dentro e de fora de mim. Já não sei mais o que sentir, já não sei o que decidir. Sou a tal pessoa frágil, destroçada por dentro que procura um orifício no penhasco para cravar os dedos e salvar um pouco de si, já que o resto já se perdeu, novamente. E se a vontade é de chorar, hoje já não sei o que é molhar lenços, chorei por dentro, transbordei de emoções e de sentimentos. Não existe, não sei, não há. São palavras que foram como lanças atiradas nos lugares estratégios para doer mais, para não conseguir parar de sangrar, para não ter cura e nem uma cicatrização rápida, estão encravadas e eu não tenho forças apra tirá-las. Vou degustando pouco a pouco -da pior maneira- a dor e o gosto do que escolhi, nos lábios o sangue, na cabeça a sua opção, que me esvaziou, que cravou, que me deixou assim.
Eu vou me curar, eu tenho que me curar, eu preciso!

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